"Minha
familiaridade com a amamentação veio desde pequena, meu avô e minha mãe são
especialistas no assunto, e quando meu irmão nasceu vi minha mãe amamentando-o.
Tanto que tenho até fotos dando de mamar para as bonecas. Li sobre o assunto, e
cresci sabendo que ia amamentar meus filhos.
Nunca tive um
pingo de dúvida que tudo daria certo, que eu teria leite, que ele ia pegar
fácil e foi com essa certeza que me preparei a gestação inteira. Minha gineco
me falou para passar a esponja nos mamilos e não usar mais cremes para
deixá-los fortes e preparados para o que viria. Logo no final já via pontinha branquinha,
mais uma vez segura que daria tudo certo.
No dia do
nascimento do Pedro, logo que subi para o quarto entraram duas enfermeiras e
falaram para eu mostrar meu peito. Segui as instruções, elas apertaram e
disseram que eu tinha mamilo estrábico (nem sei se é assim que chama) e que não
parecia ter leite. Bati o pé e disse que estava tudo certo. Mais tarde me
trouxeram aquele bebezinho, lindo, e ao meu lado eu tive o apoio da minha mãe e
da amiga e pediatra dele Fernanda. Ela me deu as instruções e em seguida o
pequeno. Comecei dando o peito esquerdo, porque segundo os judeus é onde está o
coração e seu bater é um barulho conhecido, acalmando o bebe. Pedro nasceu com
fome de vida, todo torto se esticou e começou a mamar. A pediatra se
surpreendeu com sua vontade, e então eu tive certeza da minha certeza.
Ele mamava super
bem, fácil e pegava direitinho. No começo eu o sentia mamar e uma cólica, que
sabia que era a natureza colocando o útero de volta no seu devido lugar. Quando
vim pra casa o Pedro tinha ficado umas horas na luz e desandou todo o nosso
ritmo de mamadas. Meus peitos empedraram, eu senti muitaaa dor, enquanto o
pequeno sofria chorando de fome, foi nesse dia que ele começou a usar a
chupeta. Quem nos salvou foi a Daniella Mazzaferro, que esvaziou e me ensinou
vários truques, sem ela não sei se teria conseguido. Aliás, sem todo o apoio,
principalmente da minha mãe que estava de férias e junto comigo montou uma
força tarefa. Cozinhava para mim, arrumava a casa enquanto eu e o pequeno
descansávamos, amamentar dá muitaaa fome e sede e se você ao tiver alguém para
te ajudar com isso também não há como dar certo. Enfim, minha mãe ficou comigo
o 1º. Mês inteiro e lembro o 1º. Dia sem ela, que eu fiquei morrendo de fome, a
casa destruída e eu acabada! Depois de uns dias eu entrei no ritmo, eu e ele.
Ele mamava a cada 4 horas e a última mamada dava um intervalo de 6 horas, dava para descansar tranquilo.
Tivemos umas
crises de cólicas do Pedro terríveis, que sem a ajuda do meu marido eu não sei
o que aconteceria! Tivemos também as chamadas “crises da lactante”, em que a
demanda por leite do bebe cresce e a mãe leva uns 5 dias para se acostumar e
aumentar a produção. Ai são mamadas mais frequentes que nos deixam ainda mais
sedentas e cansadas, mas passa. Aprendi que ninguém tem pouco leite, e que o
segredo é deixar mamar bastante para a produção de leite ficar correta.
Amamentei
exclusivo pelos 6 meses, ele chorava e
lá estava o peito. Quando entrei com a comida ele fez greve, preferia o peito,
mais aconchegante e caloroso. Foi mais de um mês até ele desandar a comer. Daí
comia de tudo, comia bem, comia o suficiente. Comecei a reparar que ele não
queria mais mamar depois das refeições e tive que controlar meu instinto
materno de querer dar o peito.
Sabia que estava
chegando a hora dele se tornar mais independente. Aos 9 meses já mamava só de
manhã e de noite, e bem pouquinho. Aos
10 eu resolvi acabar com isso, eu estava pronta e precisando disso e ele
também. Escutei muitas mulheres que sofreram, bebes que choraram o fim de
semana inteiro, comigo, desde sempre, foi natural. Dei o peito de manhã, um
minuto em um e dois no outro, e dei a fórmula, 60 ml no copinho adaptado. Ele
tomou tudo, virou o copinho para baixo, tipo triste de ter acabado, e nem pediu
peito. Sabia que ali se encerrava mais um capítulo e que eu tinha feito minha
parte com louvor.
Não dei mais o
peito e de noite ele foi pedir para o pai dar o leite, enquanto a mãe aqui se
sentia feliz de ter seguido seu coração e aliviada de saber que agora o pai
também vai poder dar o leite pela manhã!
O que eu queria
dizer para todas as mães e futuras mamães é que tem gente que não entende nada
e vai falar besteira; tem gente que parece que entende e vai falar besteira;
tem gente que você ama e acha que entende e vai falar besteira; enfim, SIGA O
SEU CORAÇÃO, e mais importante: ACREDITE. É de extrema importância amamentar, e
se tudo der errado, um bom profissional vai poder te ajudar!"
Como foi a experiência de vocês?
See you later! ;)
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